Em todo o Brasil, professores fazem greve por melhores condições de trabalho, inclusive melhores salários.  Não tenho lembrança de jamais ter presenciado  atualização de salário de  professores em que fosse necessário fazer greve.  A energia que professores gastam nas greves e nos confrontos ( às vezes sangrentos, como no caso recente do Paraná) é energia subtraída ao esforço educacional. Além disso, sobrevêm o desânimo, a desesperança, a perda de tempo letivo, que a reposição de aulas só corrige parcialmente.  Nessas condições, como esperar que a educação no Brasil saia dos patamares vergonhosos de qualidade em que se encontra  e avance  na escala de eficiência . Até quando ? Por que os governos desafiam os sindicatos dos professores, por que não negociam logo , por que não levam a sério  as reivindicações ?  Se a greve se alonga, há um momento em que os governos têm de negociar.  Por que não instituir um mecanismo de negociação, antes que os prejuízos  se alastrem e se tornem quase irreversíveis para os  alunos?  Essa cultura de só conceder aumento salarial aos professores mediante greve está muito enraizada no Brasil,  mas é preciso haver uma mudança de mentalidade, pois o custo  dessa prática é  muito alto. 

 

 

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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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