Em todo o Brasil, professores fazem greve por melhores condições de trabalho, inclusive melhores salários. Não tenho lembrança de jamais ter presenciado atualização de salário de professores em que fosse necessário fazer greve. A energia que professores gastam nas greves e nos confrontos ( às vezes sangrentos, como no caso recente do Paraná) é energia subtraída ao esforço educacional. Além disso, sobrevêm o desânimo, a desesperança, a perda de tempo letivo, que a reposição de aulas só corrige parcialmente. Nessas condições, como esperar que a educação no Brasil saia dos patamares vergonhosos de qualidade em que se encontra e avance na escala de eficiência . Até quando ? Por que os governos desafiam os sindicatos dos professores, por que não negociam logo , por que não levam a sério as reivindicações ? Se a greve se alonga, há um momento em que os governos têm de negociar. Por que não instituir um mecanismo de negociação, antes que os prejuízos se alastrem e se tornem quase irreversíveis para os alunos? Essa cultura de só conceder aumento salarial aos professores mediante greve está muito enraizada no Brasil, mas é preciso haver uma mudança de mentalidade, pois o custo dessa prática é muito alto.