Exame da Unesco revela resultado pífio, especialmente em matemática

Estadão (2406)

A metade dos alunos da 3ª série do ensino fundamental do Brasil não demonstra o conhecimento esperado em leitura e matemática. Na 6ª série, há avanços em leitura e a metade dos estudantes está dentro da meta. Em matemática, a situação continua ruim. Os dados, que confirmam os resultados ainda muito baixos do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), são de uma pesquisa do Laboratório Latino-Americano de Avaliação da Qualidade da Educação, ligado à Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), feita em 16 países da América Latina.

O estudo mostra que, com algumas raras exceções, o Brasil partilha da mesma sina de má qualidade educacional dos demais países latino-americanos. O único que realmente foge à regra em todos os níveis estudados é Cuba, em que a maioria dos estudantes, em ambas as séries e em todas as disciplinas, aparece no nível mais alto de aprendizagem. Alguns, como Chile e Costa Rica, México e Uruguai, têm situações melhores do que a brasileira, mas ainda têm muitos alunos nos níveis mais baixos de aprendizagem.

?SUB-1? EM MATEMÁTICA

O estudo foi feito com provas em turmas de 3ª e 6ª série do ensino básico em leitura, matemática e ciências - o Brasil, no entanto, não participou do exame de ciências. Incluiu 100.752 estudantes de 3ª série e 95.288 de 6ª série de 16 países. Para serem considerados aptos para a série que estão, os alunos teriam que ter alcançado os níveis 3 e 4 de uma escala que começa em sub-1.

A única série em que pelo menos a metade dos estudantes chega aos níveis 3 e 4 é a 6ª, mas apenas em leitura. Nesse caso, a nota brasileira supera a média da região, mas o mesmo acontece com Cuba, Costa Rica, Chile, Colômbia México e Uruguai.

Nas outras séries, o Brasil fica na média da região e metade dos estudantes brasileiros fica apenas nos níveis 1 e 2 de aprendizagem. Mais do que isso, em matemática na 3ª série, mais de 10% ficam no nível sub-1 - ou seja, não conseguem identificar informações básicas em textos simples.

De um modo geral, República Dominicana, Nicarágua e Panamá tiveram os piores resultados. Do outro lado, além de Cuba, com os melhores resultados, aparecem normalmente Chile e Costa Rica.

DESIGUALDADE

O estudo mostrou, ainda, a influência que o Produto Interno Bruto (PIB) e a desigualdade social têm nos resultados educacionais. Quanto maior o PIB, melhores os resultados. Quanto maior a desigualdade, piores os resultados. Apesar de ter a maior riqueza da América Latina, os resultados brasileiros apenas razoáveis na comparação com os vizinhos podem ser explicados pelo fato de o Brasil ser o país mais desigual das Américas e um dos mais desiguais do mundo.

 

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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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