O Brasil não avançou no ranking dos países que mais contribuem com a publicação e citação de textos científicos em revistas especializadas. O país manteve a 15ª posição na lista de quantidade de artigos produzidos entre os 40 países que fomentaram 98,2% de todo o conhecimento produzido no mundo em 2007. Em primeiro lugar, estão os Estados Unidos (30,95%), seguidos pela China (9,33%) e Alemanha (7,84%). A produção nacional representa 2,02% do total. Quando a questão é a qualidade dos artigos, a posição do Brasil vai para o 25º lugar. Ao todo, 19.428 artigos assinados por brasileiros no ano passado saíram em uma das 10 mil revistas especializadas que fazem parte do banco de dados do Institute for Scientific Information (ISI). A entidade, com sede nos Estados Unidos, compila informações acadêmicas de 178 nações.
Apesar de não figurar entre os primeiros do ranking, o país tem a melhor colocação entre os países da América Latina e está à frente de países como Suíça, Bélgica, Dinamarca e Suécia. “Saltamos pela primeira vez para mais de 2% da produção científica produzida no mundo”, destaca o ministro da Educação, Fernando Haddad. Em 2006, a participação de artigos assinados por brasileiros no mundo foi de 1,92%. “Nós utilizamos isso para detectar áreas que são importantes para o país e que têm uma produção que não está compatível com a demanda e a riqueza do país”, observa o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CapesMEC), Jorge Guilherme.
O Brasil aplica R$ 200 mil em pesquisa. Com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Ciência e Tecnologia o investimento deve chegar a R$ 1,5 milhão, até 2010. Especialista na área de cientometria (estudo do comportamento da ciência), o professor da Universidade de Brasília Marcelo Hermes-Lima diz que se fosse feito uma relação entre citações e artigos, o país “despencaria” no ranking. “Está todo mundo produzindo loucamente para garantir verba para pesquisa. Em vez de contar a história toda, vai contando em pedacinhos”, reclama.