Coluna - Valor Econômico ( É a educação, estúpido!)
O relatório pioneiro das Nações Unidas de 1954 avançou na idéia que a renda per capita não deveria ser encarada como único indicador para medir o nível de bem-estar social. A ampla literatura que se seguiu convergiu na formação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), apropriado no começo dos anos 90 pelas Nações Unidas. O IDH reúne, além do PIB per capita ajustado por diferenças de custo de vida, indicadores de saúde (expectativa de vida) e de educação (taxa de analfabetismo e de matriculas nos três níveis de ensino). As críticas ao IDH como indicador de qualidade de vida são muitas. Meu colega de Valor, José Eli da Veiga, tem se debruçado sobre elas. Todavia, quer goste, quer não goste do IDH, fato é que ele é o indicador multidimensional mais usado atualmente. O fato de o IDH usar as estatísticas disponíveis para um grande número de países, e destas estatísticas se referirem a áreas-chave da política pública, como economia, saúde e educação, talvez expliquem a popularidade do conceito.