Em fórum no Rio, ex-presidente voltou a defender a descriminação do uso da maconha

Tucano participou de reunião que criou Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia, inspirada em entidade latino-americana presidida por ele

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, 78, afirmou ontem que existir um mundo sem drogas é tão difícil quanto um mundo sem sexo. Presente à reunião de criação da Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia, no Rio, ele voltou a defender a descriminação do uso da maconha, a adoção de política de redução de danos e o atendimento a usuário de drogas na rede pública de saúde.

Imaginar um mundo sem drogas é um objetivo difícil de alcançar. A humanidade sempre usou algum tipo de droga. Então, é como imaginar um mundo sem sexo. Nem o [ex-presidente norte-americano George W.] Bush.

FHC defendeu campanhas para desestimular o uso de drogas e sugeriu como modelo o bem avaliado programa de combate à Aids do Brasil.

Nossa luta foi, em vez de sem sexo, com sexo seguro. Mudou o paradigma. Foi-se para a TV ensinar como se usava camisinha em um país católico. [...] Na época, nos EUA a ideia era não sexo. Aqui era sexo seguro, disse, lembrando que o programa também adotou a distribuição de seringas como forma de redução de risco para usuários de drogas.

O grupo criado ontem tem como inspiração a Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, presidida por FHC e outros dois ex-presidentes: César Gaviria (Colômbia) e Ernesto Zedillo (México).

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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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