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Educação: um bom exemplo colombiano
O Globo
Em 6 de setembro de 2006, foi firmado o compromisso Todos pela Educação (www.todospelaeducacao.org.br). O pacto prevê que, até o bicentenário da Independência, em 2022, todas as crianças e jovens brasileiros terão acesso, permanência, conclusão e sucesso em educação de qualidade: saberão ler e escrever aos oito anos de idade; conhecerão o conteúdo das séries cursadas, sem repetência, e concluirão os ciclos fundamental e médio. O orçamento público da educação será suficiente e gasto com eficiência.
O Brasil tem um longo caminho a percorrer para a educação de qualidade. Na pesquisa trienal de 2003, com jovens de 15 anos de 49 países do Programa Internacional para Avaliação de Estudantes (PISA) da OCDE, o Brasil foi reprovado: último lugar em Matemática e penúltimo em Leitura, acima somente da Tunísia -- com quem empatamos no fim da fila
No Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) do Ministério da Educação, entre 1995 e
Para o Brasil, é inadequado tentar imitar a Coréia do Sul ou os países europeus que calcaram o desenvolvimento de curto prazo na intensidade educacional, tais como a Espanha e a Irlanda. Os modelos aplicáveis a nós estão na vizinhança latino-americana. Por isso, o Conselho de Empresários da América Latina (CEAL) e o Instituto Latino-Americano de Comunicação Educativa (ILCE) construíram um criterioso banco de 54 casos de excelência em educação básica em 18 países da região, dignos de serem conhecidos e reproduzidos (http:ceal.ilce.edu.mx). São parcerias de sucesso entre o Estado e a empresa privada, com resultados aferíveis em temas comuns.
Ótimos exemplos vêm da Colômbia, da periferia de Bogotá e da favela de Mamonal,
A Fundação Mamonal emprega o modelo do Projeto Líderes do Século XXI em zonas paupérrimas. Em poucos anos, causou mudanças profundas nas comunidades. Alunos, pais, professores, diretores e servidores tomam consciência de suas responsabilidades e de seus direitos na construção conjunta de uma visão de futuro e de planos de ação em benefício de milhares de crianças e jovens, até há pouco desprovidos de horizontes de esperança.
Apesar da guerrilha e do narcotráfico, e de dispersos pelos Andes e pela Amazônia, os 44 milhões de colombianos se uniram, graças à tríplice aliança sociedade-empresários-Estado, numa agenda comum: a da educação de qualidade para todos. Os rápidos avanços da Colômbia mostram que é possível ao Brasil conquistar a segunda independência em
MARCELO MARINHO e ALBERTO PFEIFER são dirigentes do Conselho de Empresários da América Latina (CEAL) .