Aline Falco
Da equipe do Correio
Jose VarellaCB
Haddad: país tem de atingir nota 6 em índice internacional de educação
Para passar na prova de fogo da qualidade da educação, o Brasil vai ter que tirar nota 6 no novo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) até 2021. Nessa escala, que vai de zero a 10, o país tirou nota 4. Em audiência na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, o ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou que o Brasil deve atingir o índice 6 na data limite. Esta é uma das metas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).
Para Hadadd, a meta nacional tem uma importância simbólica já que no mesmo ano o país comemora o segundo centenário da independência. A meta não será fácil de ser cumprida. Na última edição do teste, em 2003, o país ficou em último lugar na aprendizagem de matemática, entre os 40 países participantes. Em leitura, ocupou o 37º lugar, apenas acima de México, Tunísia e Indonésia.
Até 2022, o MEC vai estabelecer metas a cada dois anos para serem cumpridas por estados e municípios. Os patamares de qualidade serão determinados de acordo com as características de cada localidade. A idéia é levar em consideração o nível atual de cada localidade e exigir uma resposta compatível com o ponto de partida. “É ilusório imaginar que uma cidade pobre, com um indicador entre 1,5 ou 2, vá chegar ao patamar de primeiro mundo em 15 anos”, diz.
O ministro acredita que esse tipo de mudança só acontece a longo prazo. “Só se atinge modificações desse porte em gerações”, lembra Haddad. O período de 15 anos para produzir alterações na educação não é idéia original do MEC. Em 2006, foi lançado o Compromisso Todos pela Educação (CTE) que estabeleceu cinco metas de qualidade a serem cumpridas até 2022.
A participação de todos os setores da sociedade na construção do plano é uma das propostas do ministro. Para o secretário-executivo da organização CTE, Mozart Neves Ramos, o objetivo anunciado pelo ministro é o mais difícil a ser cumprido. “A média do investimento dos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em educação básica é de 7 mil dólares por ano. Já o Brasil investe apenas 944 dólares por ano”, disse.
Haddad deixou claro que o objetivo não será alcançado caso não exista mais recursos. Seria preciso investir 5% do Produto Interno Bruto. Atualmente, pouco mais de 4,3% é destinado ao setor.