http:www.aprendaki.com.brnoticias.asp?id=6048)

A frequência com que eles leem no voo é heroica!. Ao que tudo indica, a
frase inicial desse texto possui pelo menos quatro erros de ortografia. Mas
até o final do ano, quando deve entrar em vigor o Acordo Ortográfico da
Língua Portuguesa, ela estará corretíssima.
Os países-irmãos Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique,
Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste terão, enfim, uma única forma de
escrever.
As mudanças só vão acontecer porque três dos oito membros da Comunidade de
Países de Língua Portuguesa (CPLP) ratificaram as regras gramaticais do
documento proposto em 1990.
Brasil e Cabo Verde já haviam assinado o acordo e esperavam a terceira
adesão, que veio no final de 2006, em novembro, por São Tomé e Príncipe.
Tão logo as regras sejam incorporadas ao idioma, inicia-se o período de
transição no qual ministérios da educação, associações e academias de
letras, editores e produtores de materiais didáticos recebem as novas regras
ortográficas para, gradativamente, reimprimir livros, dicionários, etc.
O português é a terceira língua ocidental mais falada, após o inglês e o
espanhol. A ocorrência de ter duas ortografias atrapalha a divulgação do
idioma e a sua prática em eventos internacionais.
Sua unificação, no entanto, facilitará a definição de critérios para
exames e certificados para estrangeiros.
Com as modificações propostas no acordo, calcula-se que 1,6% do
vocabulário de Portugal seja modificado. No Brasil, a mudança será bem
menor: 0,45% das palavras terão a escrita alterada.
Mas apesar as mudanças ortográficas, serão conservadas as pronúncias
típicas de cada país.
O que muda
As novas normas ortográficas farão com que os portugueses, por exemplo,
deixem de escrever herva e húmido para escrever erva e úmido.
Também desaparecem da língua escrita, em Portugal, o c e o p nas
palavras onde ele não é pronunciado, como nas palavras acção, acto,
adopção, baptismo, óptimo e Egipto.
Mas também os brasileiros terão que se acostumar com algumas mudanças que,
a priori, parecem estranhas. As paroxítonas terminadas em o duplo, por
exemplo, não terão mais acento circunflexo. Ao invés de abençôo, enjôo
ou vôo, os brasileiro terão que escrever abençoo, enjoo e voo.
Também não se usará mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do
plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos crer, dar,
ler, ver e seus decorrentes, ficando correta a grafia creem, deem,
leem e veem.
O trema desaparece completamente. Estará correto escrever linguiça,
sequência, frequência e quinquênio ao invés de lingüiça, seqüência,
freqüência e qüinqüênio.
O alfabeto deixa de ter 23 letras para ter 26, com a incorporação do k,
do w e do y e o acento deixará de ser usado para diferenciar pára
(verbo) de para (preposição).
Outras duas mudanças: criação de alguns casos de dupla grafia para fazer
diferenciação, como o uso do acento agudo na primeira pessoa do plural do
pretérito perfeito dos verbos da primeira conjugação, tais como louvámos
em oposição a louvamos e amámos em oposição a amamos, além da
eliminação do acento agudo nos ditongos abertos ei e oi de palavras
paroxítonas, como assembléia, idéia, heróica e jibóia.
Houaiss
A escrita padronizada para todos os usuários do português foi um
estandarte de Antônio Houaiss, um dos grandes homens de letras do Brasil
contemporâneo, falecido em março de 1999.
O filólogo considerava importante que todos os países lusófonos tivessem
uma mesma ortografia. No seu livro Sugestões para uma política da língua,
Antônio Houaiss defendia a essência de embasamentos comuns na variedade do
português falado no Brasil e em Portugal.

 

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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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