Folha de S.Paulo

A batalha de professores e pais contra o videogame e a internet ganhou uma trégua: colégios particulares de São Paulo começam a adotar ferramentas como blogs e jogos de última geração para melhorar a aprendizagem dos alunos.

O colégio Santa Maria, que fica na zona sul da cidade, por exemplo, agora tem um laboratório para que os estudantes criem os seus próprios games.

A idéia é simples. Já que os jovens gostam tanto de videogame, nada melhor do que escolherem eles mesmos a história, os personagens e os desafios do jogo. O que não é simples é fazer o game funcionar.

Para isso, eles precisam usar história, geografia, física, biologia, geometria e educação artística. Sem perceber, aplicam na prática o que aprenderam na aula, diz o coordenador do grupo de pesquisa e desenvolvimento de jogos eletrônicos da escola, Muriel Vieira Rubens.

 

Luis Henrique Hansen, 11, no laboratório de videogame do colégio Santa Maria
Aluno do nono ano do fundamental, Yuri Rodrigues, 14, pensou que seu trabalho seria bem mais fácil.

Com dois colegas, está desenvolvendo um game sobre a questão nuclear do Irã. O objetivo dos jogadores será impedir a Terceira Guerra Mundial no mundo virtual.

Para começar, o trio teve de ler sobre a atual situação iraniana, desvendar os significados da energia nuclear, desenhar os personagens com conceitos de geometria e aplicar fórmulas de física, como a da velocidade, para que os personagens corram. Tem hora que é complicado, mas estou gostando. Não vejo a hora de ficar pronto, diz o garoto.

O projeto começou neste ano e, por enquanto, só os alunos que tiram boas notas podem participar da atividade.

Notas e pesquisas

Já no colégio Franciscano Nossa Senhora Aparecida, na zona sul, os alunos dependem de uma ferramenta interativa para ter boas notas. Por meio de um sistema chamado webquest, os alunos fazem pesquisas em vídeos e materiais gráficos. E utilizam o programa para apresentar seus trabalhos.

Os alunos da oitava série, por exemplo, foram divididos em grupos de cinco, e cada conjunto tem a missão de apresentar a melhor fonte de energia (elétrica, eólica, nuclear, entre outras) para uma cidade fictícia.

No final, precisarão apresentar relatórios com fundamentos econômicos, ambientais e tecnológicos para a opção, além de um jornal, que informaria a população sobre o tema.

A atividade começou neste mês e vale metade da nota do trimestre dos alunos, em ciências. Buscamos um ambiente confortável para eles. A idéia é acompanhar essa geração de blog, do YouTube, diz o coordenador de tecnologia educacional, Fabiano Gonçalves.

Pela ferramenta, os professores conseguem monitorar quanto tempo cada aluno pesquisou e o que fez no grupo.

No colégio Ítaca, na zona oeste, a intenção é utilizar a internet para melhorar a integração entre os alunos. Por meio de blogs, alunos do sexto ao nono ano trocam informações sobre as pesquisas feitas. Cada grupo deverá apresentar um trabalho sobre o Brasil entre guerras.

A idéia da atividade começou no ano passado, mas vimos que a comunicação entre alunos de diferentes anos não foi tão boa. Por isso, neste ano, adotamos os blogs, relata o coordenador-pedagógico da escola, Flávio Cidade.

No Santo Américo, zona sul, os alunos têm o conteúdo dado pelos professores na intranet do colégio. Há também um tira-dúvidas online, exercícios de reforço pela internet que valem nota e por todo o colégio há rede wi-fi para que laptops e celulares com internet sejam usados de qualquer lugar.

Já no Pio XII, na zona oeste, o conteúdo passado nas lousas digitais pode ser revisto pelos alunos via internet. O sistema foi adotado neste ano na escola.

 

 

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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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