O último da classe |
O Brasil apresenta os piores indicadores na área de educação comparado a países emergentes que figuram como seus competidores internacionais |
Taxa de analfabetismo (na população com 15 anos ou mais) |
Brasil 13% |
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China 9% |
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México 8% |
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Rússia 0,5% | |
O melhor do mundo: Canadá(1), com 0% de analfabetos |
Média de anos de escolaridade da população |
Brasil 5 anos |
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China 6 anos |
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México 7 anos |
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Rússia 10 anos | |
O melhor do mundo: Estados Unidos, com 12 anos de escolaridade |
Participação de mão-de-obra especializada na força de trabalho (técnicos e profissionais com curso superior) |
Brasil 9% |
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China Não declara |
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México 14% |
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Rússia 31% | |
O melhor do mundo: Suécia, com 38% da força de trabalho especializada |
Repetência no ensino fundamental |
Brasil 21% |
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China 0,3% |
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México 5% |
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Rússia 0,8% | |
O melhor do mundo: Coréia, com 0,2% de repetência |
Qualidade do ensino de ciências e de matemática (em uma escala de 1 a 7 pontos)(2) |
Brasil 2,9 |
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China 4,2 |
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México 3 |
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Rússia 5,1 | |
O melhor do mundo: Cingapura, com 6,5 pontos |
Fontes: Banco Mundial, Unesco e OCDE (1) O Canadá é uma das referências, mas vários outros países desenvolvidos erradicaram o analfabetismo (2) Escala adotada no relatório Global Competitiveness do Fórum Econômico Mundial | |
O fato, mostrou a pesquisa, é que o brasileiro aprende muito pouco na escola. Carrega por toda a vida uma herança pesada, materializada na forma de despreparo e ignorância – e essa herança tende a ser repassada para a geração seguinte. Quando se analisam os dados sobre o desempenho brasileiro no terreno da educação, a primeira deficiência que salta aos olhos é o número de anos passados nos bancos escolares. O brasileiro estuda em média cinco anos, contra 11 do coreano, nove do argentino e dez da população da maioria dos países desenvolvidos. Estima-se que, se os brasileiros permanecessem na escola os 12 anos que ficam os americanos, a renda nacional seria mais que o dobro da atual. A maioria dos brasileiros abandona a escola ainda na infância, especialmente por causa da repetência, que atinge uma taxa inacreditável de 21% dos alunos, diz Rodríguez, do Banco Mundial. Levantamentos mostram que, a cada hora, 31 estudantes brasileiros desistem de estudar. Nos anos 90, foi feito um esforço para manter as crianças na escola e ocorreram avanços, mas em ritmo aquém do necessário. Segundo estudo da Unesco, mantido o passo atual, o Brasil demorará mais de 30 anos para alcançar o nível educacional que as maiores economias têm hoje. É uma realidade assustadora no momento em que o mundo demanda gente cada vez mais capacitada e que economias como a chinesa ou a indiana – concorrentes diretas do Brasil – fazem um esforço hercúleo para educar e preparar parte de sua população para o mercado global. O emprego do século 21 requer habilidades mentais, diz Célio da Cunha, representante da Unesco no Brasil para a área de educação. Exige raciocínio rápido, capacidade de interpretação e de análise da informação. Atributos que só são adquiridos com ensino de qualidade.
LG |
O problema Com a mesma escolaridade do coreano, o operário brasileiro tem dificuldade de aprendizado e apresenta rendimento inferior |
A conseqüência Utilizando equipamentos idênticos, as linhas de montagem no Brasil produzem nove celulares por hora, e as da Coréia, 15 | |
Ainda que o país passe a reter os jovens por mais tempo nas salas de aula, teria pela frente um desafio que, à primeira vista, pode parecer elementar: garantir que os alunos efetivamente aprendam e fazer com que esse aprendizado vire riqueza. Atualmente, a maioria das crianças das escolas públicas se transforma em profissionais medíocres. Em 2003, o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Básico identificou que 55% dos alunos matriculados na 4ª série do ensino fundamental eram praticamente analfabetos e mal sabiam calcular. Na 8ª série, menos de 10% dos estudantes haviam adquirido competência para elaborar textos mais complexos. Como conseqüência, cerca de 75% dos adultos têm alguma deficiência para escrever, ler e fazer contas, o que acarreta um efeito devas tador sobre sua capacidade de se expressar. O que está acontecendo nas nossas escolas é estarrecedor, diz Paulo Cunha, presidente do grupo Ultra. Para conhecer a real situação da educação brasileira, Cunha visitou escolas municipais na capital paulista. As crianças ficam oito anos nas salas de aulas e saem tão ignorantes quanto entraram. Como elas vão disputar um lugar no mercado de trabalho?
Atento |
O problema Metade dos 240 000 jovens com ensino médio que disputam vaga na central de atendimento da empresa é reprovada por deficiências básicas em português |
A conseqüência Para identificar e descartar milhares de candidatos despreparados, a empresa gastou ao longo do ano passado quase 2 milhões de reais | |
Não se pode ignorar a revolução educacional pela qual o Brasil passou nos últimos anos. Até poucas décadas, vivíamos num país de analfabetos, no qual educação era luxo. Hoje há mais de 40 milhões de crianças na escola. Cerca de 5 milhões delas entram no sistema todo ano. O feito, porém, é insuficiente para sustentar o crescimento numa economia globalizada, cada vez mais dependente de conhecimento e de inovação e na qual os parâmetros de comparação ignoram fronteiras.. No jogo da competitividade mundial – um jogo que define o sucesso das empresas e do próprio país – a má qualidade do ensino e sua incapacidade de entregar ao mercado os profissionais que ele demanda transformam-se num veneno mortal. Isso fica evidente na dificuldade que empresas de quase todos os setores vivem para recrutar em larga escala seu bem mais precioso – capital humano de boa qualidade. Esse é exatamente um dos grandes desafios das economias que perseguem o crescimento sustentável: garantir o suprimento de massas de pessoas qualificadas.
Fnac |
O problema 95% dos universitários que buscam emprego na rede de livrarias Fnac são rejeitados devido ao baixo nível cultural |
A conseqüência As lojas ficam com suas equipes incompletas por meses, o que compromete a qualidade do atendimento | |
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